quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

LongevidadeCast

 

"" Vem aí o LongevidadeCast – Tudo para você sobre maturidade longa e cheia de vida!

Você já parou para pensar que a longevidade pode ser uma jornada incrível se vivida com maturidade e energia?

Damos notícia hoje, com grata satisfação e entusiasmo, do LongevidadeCast, um projeto dedicado a informar e a inspirar você para chegar na maturidade de maneira saudável e plena. Essa iniciativa, criada e desenvolvida, em parceria, por Arnaldo de Castro Costa e por mim, será lançada ainda neste mês de janeiro, nos formatos videocast e podcast.

Em cada episódio, mergulharemos em temas que abrangem a saúde física, mental, emocional e espiritual, entrevistando profissionais experientes e destacados pesquisadores que irão trazer novidades, dicas práticas e informações valiosas para quem quer envelhecer bem, tudo isso de forma leve, em rodadas de conversas descontraídas e francas.

Além disso, você conhecerá histórias de pessoas que estão vivendo uma vida longa e vibrante, enfrentando com sucesso os desafios pelas perdas, de diversas naturezas, que naturalmente se apresentam com o avançar da idade.

Como mostraremos ao longo da temporada, após enfrentar uma fase desafiadora, algumas pessoas descobrem paixões ou hobbies que nunca exploraram antes. Essa busca por novos interesses injeta energia vital, trazendo propósito e entusiasmo para envelhecer de maneira significativa.

Procuraremos ao longo das gravações, como uma das linhas principais do projeto, despertar o espectador – além de incentivá-lo – para uma nova perspectiva sobre a importância do autocuidado. Essa consciência, quando devidamente focalizada, tende a motivar pessoas a adotar estilos de vida mais saudáveis, alimentação equilibrada e práticas diversas, que contribuem para o bem-estar.

Entre alguns objetivos por nós idealizados, como não poderia ser diferente, queremos desmistificar o envelhecimento, incentivando um novo olhar sobre essa fase de vida, notadamente para os tempos da terceira e da quarta idades.

A busca pelo aprendizado contínuo e pelo desenvolvimento pessoal, independentemente da idade, certamente vai inspirar muitas pessoas a enfrentar os desafios da vida com uma mentalidade positiva. Isso contribui para a motivação contínua de envelhecer com sabedoria.

Acompanhe as entrevistas e junte-se a nós nessa jornada em direção a uma vida longa, saudável e cheia de significado.

No desenvolvimento dos episódios que comporão a temporada do LongevidadeCast, cujas gravações poderão focar temáticas mais gerais ou específicas/especializadas, atuarei como um dos entrevistadores, juntamente com o amigo Arnaldo Costa, antigo colega de carreira profissional, que além de escritor atua como psicoterapeuta, tendo a nossa presença o efeito demonstração, em certa medida, de quem busca seguir ativo e, de fato, vivencia um envelhecimento saudável.

E cunhamos esta expressão para demonstrar a maneira como pensamos, reverberando o nosso ânimo, diante do fenômeno da longevidade:

“Estamos envelhecendo. Huuum… que bom!”

Você terá a oportunidade de seguir o LongevidadeCast e, com isso, ficar mais bem informado(a) a respeito dessa palpitante temática, cujos conteúdos contribuirão, assim esperamos, para que as visões sobre o processo de envelhecimento sejam atualizadas ou, para alguns, até mesmo transformadas!

Aguarde, logo anunciaremos a data de estreia e o canal youtube para você se inscrever e acompanhar. Até breve! ""

https://obemviver.blog.br/2024/01/08/vem-ai-o-longevidadecast-tudo-para-voce-sobre-maturidade-longa-e-cheia-de-vida/

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

 VUCA e BANI... estamos perdidos nesse mundo louco?


Zygmunt Bauman e seu propalado mundo líquido já sinalizava mudanças drásticas na dita modernidade.


Mas os contornos dos tempos atuais reforçaram algumas de suas ideias e ganharam ainda mais complexidade.


VUCA é um acrônimo em inglês formado pela primeira letra das palavras: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade). Esses quatro conceitos são usados para descrever um mundo de mudanças extremamente rápidas e com diversas facetas.


Já a sigla BANI pode ser vista de forma complementar e se refere também às características de como o mundo está repercutindo para as pessoas: Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible. Em português, frágil, ansioso, não linear e incompreensível.


A aplicação dos conceitos de VUCA E BANI, utilizadas por empresas no mundo corporativo,  podem ser estendidos a toda sorte de relações humanas. 


Mundo VUCA e as Pessoas


1. Volatilidade

A volatilidade do mundo se reflete diretamente nas carreiras e vidas das pessoas. Os empregos que estão escasseando e eram seguros agora são automatizados e em vários nichos surpreendentes.


2. Incerteza

A incerteza sobre o futuro é uma constante na vida de todos. Da saúde à economia, à política e aos relacionamentos, não se pode prever com razoável precisão o que acontecerá.


3. Complexidade

A vida moderna é notoriamente complexa. A tecnologia nos conectou globalmente, trouxe avanços espetaculares mas tornou para as pessoas bem mais difícil filtrar, processar e se posicionar em relação a toneladas de informações e desafios.


4. Ambiguidade

A ambiguidade é a norma. Questões éticas, políticas e sociais muitas vezes não têm respostas simples ou sequer têm respostas.


Mundo BANI e as Pessoas


1. Frágil

Assim como sistemas frágeis são suscetíveis a quebras, as pessoas também se tornam mais frágeis. A saúde, a estabilidade financeira e o bem-estar emocional costumam ser impactados por eventos inesperados.  Não por acaso a depressão é considerada a doença do século. 


2. Anárquico

A anarquia, ou seja, a falta de ordem previsível, é uma característica da sociedade atual. O mundo ficou mais horizontalizado e sem referências claras.


3. Não-linear

A vida raramente segue uma progressão linear. Carreiras, empresas e relacionamentos podem ser cheios de reviravoltas inesperadas. 


4. Incompreensível

A crescente complexidade e conectividade do mundo tornam muitas coisas incompreensíveis. A máxima socrática "só sei que nada sei" está mais viva que nunca.


Cono sobreviver e se adaptar ao mundo VUCA e BANI?  


Não saberia responder. Mas, longe de usar como uma receita de bolo, arrisco dizer que estou tentando me resolver no meu pequeno mundo da seguinte forma:

  

. investindo em minha estabilidade física, emocional e espiritual (exercícios, boa alimentação,  meditação, oração,  autoconhecimento);


. mantendo e aprofundando meus laços afetivos com família e amigos;


. definindo um propósito de vida;


. praticando diariamente a oração da serenidade ("senhor, dai-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para aquelas que posso tentar mudar e inteligência para discernir umas das outras").


Quem sabe isso  possa ser útil a outras pessoas!


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Dei um sorriso e ganhei uma paçoca

 O mundo anda tão carente de conexão e afetos que qualquer iniciativa que rompa esse padrão torna-se surpreendente.

Estava eu dentro do meu carro numa fila esperando  abrir o semáforo à frente, na primeira hora desta manhã. 

Vislumbrei à distância um sujeito maltrapilho  abordando um a um os motoristas dos carros oferecendo, numa cesta improvisada, pacotinhos de paçoca.

 A cada abordagem sinais de indiferença ou de recusa indelicada. Chamou-me a atenção tal fato.

Embora não seja meu costume, eu estava com o vidro do motorista aberto e, ao se aproximar de mim, o  vendedor muito desalentado apenas levantou a cestinha de paçocas em minha direção, esperando certamente mais uma negativa.

Eu, espontaneamente disse-lhe com um sorriso nos lábios "obrigado, amigo".

A face dele se iluminou, deu uma volta no meu carro e, ao retornar, disse-me sem cerimônia : "um presente pra você, me chamou de amigo". Tentei recusar dizendo que não tinha nenhum trocado, mas ele insistiu.

Recebi a oferta, agradeci muito, o semáforo abriu.

Ganhei o dia !


sábado, 18 de junho de 2022

TOLERÂNCIA

 

Tolerância é uma virtude?

Segundo André Comte-Sponville no seu livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, a tolerância é uma PEQUENA VIRTUDE.

Ele principia o exame dessa questão com duas perguntas:

"Ser tolerante é tolerar tudo?"

"Julgar que há o que seja intolerável é sempre dar prova de intolerância?"

Ele mesmo dá a resposta: Não!  É uma questão de limites.

Mas o que é tolerância, afinal?
Segundo o Dicionário de sinônimos (https://www.sinonimos.com.br ›):

"Condescendência e transigência: 1 condescendência, transigência, indulgência, complacência, contemporização, temporização, paciência, compreensão, calma, flexibilidade. Licença ou isenção de algo: 2 licença, isenção, dispensa, liberalização, permissão, consentimento, liberdade."

Já Ethel Peternelli coloca:

“A melhor prova de tolerância é o respeito às diferenças."

"Tolerância é um termo que vem do latim tolerare que significa “suportar” ou “aceitar”. A tolerância é o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir."

De novo, acompanhando Comte-Sponville nas reflexões:

"Quando a verdade é conhecida com certeza a tolerância não deve prosperar. Não toleraríamos que o contador que se engana em seus cálculos se recusasse a corrigi-los. Nem o físico quando a experiência diz que está errado. Perseverar no erro, sabendo disso, já não é um erro mas uma falta".

Para isso, o que primeiro deve contar é a inteligência e o amor à verdade. Mas esta, devemos reconhecer,  nunca a conhecemos absolutamente  nem com toda a certeza. Somos falíveis, imperfeitos. E aí aparece o foco central da questão, segundo ainda Comte-Sponville:

"O problema da tolerância só surge nas questões de opinião."

"A Bíblia não é nem demonstrável nem refutável; portanto, ou se crê nela ou se tolera que se creia nela. Mas se toleramos a Bíblia, por que não 'Mein Kampf'. E por que não o racismo, a tortura, os campos de concentração?  "

"Tolerar o sofrimento  dos outros , tolerar a injustiça, tolerar o horror não é mais tolerância: é egoísmo, é indiferença ou pior, tolerar Hitler, era ser seu cúmplice,  por omissão ou até colaboração."

"Não se pode tolerar tudo, portanto. Porém, não se deve renunciar a toda e qualquer tolerância para aqueles que não a respeitam. Uma democracia que proibisse os partidos não democráticos seria pouco democrática, assim como uma democracia que os deixasse fazer tudo e qualquer coisa seria democrática demais,  e por isso condenada, já que renunciaria a defender o direito pela força quando necessário,  e a liberdade pela coerção. O critério aqui não é moral mas político."

" Uma ação intolerante, um grupo intolerante, etc., devem ser proibidos se e somente se ameaçarem efetivamente a liberdade ou, em geral, as condições de possibilidade da tolerância. Se as instituições estão fragilizadas, se a guerra civil está iminente ou já começou, se grupos facciosos ameaçam tomar o poder, pode se tornar necessário impedi-los, até pela força."

Karl Popper acrescenta: "Não é necessário impedir a expressão de teorias intolerantes; enquanto for possível enfrentá-las com argumentos lógicos e contê-las  seria um erro proibi-las. Mas é correto assegurar o direito de proibi-las caso não haja espaço à discussão lógica e só haja resposta com violência".

"Democracia não é fraqueza. Tolerância não é passividade".

Portanto, se tivermos uma postura filosófica de abertura real para  avançar no caminho da maior verdade possível, respeito e TOLERÂNCIA aos contrários, seguramente haveria mais harmonia e paz social.

Não esqueçamos que a intolerância religiosa, racial, ideológica já ceifou e ainda ceifa milhões de mortos na história da humanidade.

E trazendo o exame do tema aos aspectos psicológicos,  lembro algumas reflexões feitas pelo psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate, falecido há alguns anos:

- é muito difícil aceitarmos genuinamente opiniões claramente contrárias sem que fiquemos aborrecidos intimamente ou nos sintamos superiores, no plano intelectual ou moral, nem tampouco tenhamos o ímpeto de debochar, ironizar ou desqualificar o outro, ainda que de forma velada;

- a tolerância verdadeira acontece quando as pessoas têm "cérebro poroso" e capacidade de aceitar o contraditório de forma isenta e não pessoal.

Expandir a consciência é o maior desafio,  portanto.

Concluindo, a tolerância seria uma pequena virtude porque o ideal mesmo seria termos amor e respeito, mas ...somos humanos...